quinta-feira, 15 de agosto de 2024

R.I.P Gena Rowlands


Eu vejo essa geração cinéfila contemporânea chamando atrizes como Zendaya e Jenna Ortega de fenômenos precoces e, honestamente, dá vontade de rir, mais: de gargalhar. Eles não fazem a menor ideia do que seja realmente uma atriz fenomenal (e eu vi inúmeras, grande parte delas infelizmente não mais entre nós!). E ontem hollywood perdeu mais uma delas.

Seu nome? Gena Rowlands. 

Entender Gena é, antes de tudo, conhecer sua parceria extraordinária com o marido (e também ator e diretor) John Cassavetes. Nossa relação como espectador do seu trabalho atinge outra dimensão quando nos deparamos com clássicos como Faces, Noite de estreia, Uma mulher sob influência, Glória... 

Mas ela foi bem mais do que a musa e esposa desse grande diretor. As gerações mais novas, certamente irão lembrar dela mais pelo cult Diário de uma paixão, dirigido pelo filho do casal, Nick Cassavetes. E o curioso: numa personagem cuja doença é exatamente a que extinguiu a sua vida (no caso, o Alzheimer). Daquelas produções que facilmente ganham o rótulo, aqui no Brasil, de sessão da tarde. 

Ser atriz, na época de Gena Rowlands, era para poucas. A concorrência era feroz - seja no quesito beleza ou talento - e bastava um mero deslize e você desaparecia dos holofotes para alguém com um biotipo muito parecido com o seu. E mesmo assim ela deixou sua marca. 

A impressão que eu tenho, revendo hoje em dia suas atuações, mesmo em longas de pouca repercussão ou comédias de segundo escalão, como Roubando vidas, A chave mestra, Corações apaixonados e Quando o amor acontece, é que ela "falava com os olhos". E sua compleição física era tão marcante, tão difícil de apagar da mente, que ficávamos hipnotizados. Ela era, sem sombra de dúvidas, um tipo de beleza que anda em extinção na atual indústria. 

Foi indicada a dois Oscars, venceu três Emmys e dois Globos de ouro, mas isso é simplesmente secundário em sua obra. O que fica de legado para os fãs é seu carisma, sua imagem forte nas telas, em meio a uma geração tão brilhante quanto ela (e mesmo assim conseguiu imprimir seu estilo próprio). Vai fazer - muita - falta!

E hollywood continua se despedindo dos melhores... e a renovação à altura, cadê? Pois é... Fica com Deus, musa! Você merece.    


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