sábado, 24 de agosto de 2024

O alien enfim de volta?


A franquia Alien durante os anos 1980 foi um fetiche meu, de tanto que eu reassistia, seja quando exibido na tv aberta ou alugado em videolocadoras. Eu tinha uma espécie de devoção eterna pela Ellen Ripley da atriz Sigourney Weaver e não somente pelo fato dela ser a primeira protagonista feminina com a qual me identifiquei, mas sim por ser uma badass de respeito e ainda por cima num gênero (a ficção científica) que ainda é o meu favorito até hoje. 

Contudo, verdade seja dita, a mesma franquia depois dos projetos dirigidos por Ridley Scott, James Cameron e David Fincher desceu ladeira abaixo - e de forma feia, quase insultando seu público. Passou a perder tempo com discussões filosóficas inúteis e se escondendo atrás da direção de arte e da fotografia. 

E eis que aparece o diretor uruguaio Fede Alvarez - dos interessantes A morte do demônio e O homem nas trevas - e se propõe a levar a franquia para um novo lugar. O nome dessa tentativa é Alien: Romulus. E ele escolhe um caminho acertado: voltando seu olhar para aquilo que deu certo no passado. 

E a pergunta que os cinéfilos certamente farão é: o alien, a criatura, está lá, de volta, do jeito que merece, sem apelar para debates morais e subtramas desnecessárias? Na maior parte do longa, sim. Entretanto, não esperem só pelo saudosismo dos filmes anteriores. Essa versão também possui sua própria história para contar. 

Dessa vez o que os funcionários - os mineiros - mais querem é um lugar de paz para chamar de seu, e não passar a vida inteira renovando contratos para atender as demandas de uma companhia inescrupulosa. E para isso precisam furtar um objeto valioso dentro de uma base espacial abandonada. O problema: o perigo que ela contém ali armazenado. 

Rain (Cailee Spaeny, em alta em hollywood depois de Guerra civil e Priscilla) não é uma sucessora de Ripley - impossível, pois ninguém é Ripley! - mas entrega as aflições de uma mulher esgotada pelo trabalho, cuja única companhia é o andróide que ela chama de irmão. E durante todo o terror vivido na base ela parece ser a única que não se entregou totalmente aquela mentalidade capitalista nociva e covarde. Já o resto da equipe...

O melhor de Alien: Romulus, com certeza, é saber que ele trouxe a franquia de volta para um caminho mais íntegro. Resta saber o que os produtores vão fazer com isso daqui pra frente (e eu confesso que preferia que eles tornassem esse um ato final, pois ando cansado de franquias, reboots, spinoffs, etc). Já o pior: é difícil imaginar esse universo num lugar muito diferente dessa estrutura em que se encontra. Ou seja: ele nunca será mais do que um blockbuster e cinema sempre foi mais do que somente isso. 

E agora? Como é que fica? Quem assistiu, favor deixar seus comments aqui para que juntos encontremos uma solução para essa saga que já foi, num tempo não tão distante assim, uma pérola da sétima arte...


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