sábado, 10 de agosto de 2024

10 anos sem Robin Williams? Sério?


Eu lembro do dia em que ele ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante por Gênio Indomável, de Gus Van Sant; do discurso de agradecimento, do abraço em Billy Cristal, do deboche à Harvey Weinstein... Lembro de seus filmes mais loucos, de seu humor ímpar (Mel Gibson, quando soube de sua morte, disse tudo: "ele levou a comédia a um patamar nunca mais alcançado"), até mesmo da surpresa em vê-lo em papéis dramáticos, difíceis. E ele era o máximo!

Hoje leio a notícia de que Robin Williams faleceu há 10 anos. Como assim? O tempo parou de vez ou fomos nós que não percebemos? Tem algo errado, só pode... Não! É isso mesmo! 10 anos. 

A grande maioria do público com certeza vai se lembrar da Mrs. Doubtfire de Uma babá quase perfeita, do médico palhaço Patch Adams, de Uma noite no museu, Jumanji, do Peter Pan adulto em Hook: a volta do capitão gancho... Entretanto, eu tinha um olhar para o artista que ia muito além do humor. E ele, extremamente talentoso, sempre correspondia às minhas expectativas. 

Há momentos pontuais na carreira de Robin que sempre ficarão guardados em minha mente para todo sempre: o médico que busca um tratamento experimental para um setor de pacientes do hospital onde trabalhava, vítimas da doença do sono, em Tempo de despertar; o marido recém-morto que vai ao vale dos suicidas buscar sua esposa, falecida há tempo, em Amor além da vida; o professor universitário fora dos padrões, responsável por fazer seus alunos enxergarem a vida além dos ditames acadêmicos em Sociedade dos poetas mortos; o radialista que tornou a guerra uma reles coadjuvante sem importância em Bom dia, Vietnã...

E isso porque eu só falei dos longas. E as dublagens? E o gênio da lâmpada em Alladin, os pinguins de Happy Feet? E tudo o que ele fez pelo stand up? E quando ele roubava a cena em algum prêmio da academia e deixava toda a plateia roxa de tanto rir? O cara era foda! 

Diziam que Robin era hiperativo. Que fosse! Que ele escondia do público quem realmente era, suas emoções, que seu humor era uma máscara, um álibi, uma desculpa... Gente, fala sério! É disso que vocês vão querer lembrar agora? Robin foi cientista, presidente da república, robô, terapeuta, dono de boate de gay, refugiado, marinheiro Popeye, padre (sim, acreditem! parece louco, mas é verdade!), trambiqueiro, homicida, mendigo... e sabe-se lá Deus o que ainda teria aprontando se estivesse vivo. 

A verdade é que hollywood nunca mais foi a mesma sem seu escracho, sua ironia ácida, sua elegância artística, em suma, sem sua cara de pau. E as sessões de domingo - de todos os dias, gente! - ficaram por demais sem graça. E dizer "é uma pena" não basta. 

Fica com Deus, Robin (de novo). Você era demais!


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