quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Billy Wilder era mito e ponto final


Billy Wilder é um dos meus ídolos cinematográficos para todo o sempre (e o melhor de tudo: sem fazer o menor esforço). Mas é bom que se diga que toda a geração da nova hollywood era devota de carteirinha de sua filmografia, que não merece outro adjetivo diferente de irretocável. 

Ele conseguiu me apaixonar e assombrar com a mesma naturalidade. Transformou cenários a priori simples como um julgamento ou um reles apartamento em objetos cênicos de grandeza única. Poucos na história do cinema americano fizeram tanto pela sétima arte quanto ele (para mim, são uma espécie de tríade: Billy Wilder, John Ford e Alfred Hitchcock).

E eis que o Museu da imagem e do som de São Paulo (localizado no Jardim Europa) nos presenteia com uma exposição que é praticamente um delírio, de tão fidedigna e apaixonada pelo artista que é. 

O cinema de Billy Wilder é mero 1% da genialidade e do talento desse estupendo cineasta. Mas cá entre nós: que 1% exuberante!!! E duvido que, quem não conheça absolutamente nada sobre o diretor, não saia correndo direto para os streamings e a internet à procura de seus longas. 

Fotografias, objetos de cena, trechos de roteiros, figurinos... A exposição é um deleite para qualquer cinéfilo fanático que se preze. 

A melhor parte são os cenários dos filmes homenageados. Há um pouco de tudo: o cenário noir de Pacto de sangue, a famosa piscina e a escadaria de Crepúsculo dos deuses, a escuridão da mina de A montanha dos 7 abutres, o campo de prisioneiros de Inferno nº 17, o vagão de trem de Quanto mais quente melhor, a Paris nostálgica de Irma la Douce, o figurino de Edith Head para Sabrina, a recriação do tribunal em Testemunha de acusação, o apartamento de Jack Lemmon em Se meu apartamento falasse,  uma rua londrina de A vida íntima de Sherlock Holmes, até mesmo a imagem da atriz Marilyn Monroe recriada digitalmente tem seu momento de destaque.

Ao fim do passeio a sensação que fica é a de déja vu (e sem ele, quase todo mundo sabe, não há cinefilia que se sustente). Espero que realizem outras com mais grandes nomes da película. Afinal de contas, não faz mal algum relembrar de uma época em que hollywood sabia produzir grandes histórias e não se limitava a faturar com box office, não é mesmo?

Conheçam. Para mais informações, visite: https://mis-sp.org.br/exposicao/o-cinema-de-billy-wilder/


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