Eu sei que vão ter leitores que irão reclamar e dizer que fui repetitivo ou que "já leram isso em milhões de outros blogs", mas não tem outra forma de eu começar essa resenha.
Sabe aquela expressão mais do que clichê "a primeira vez a gente nunca esquece"? Então... Esqueçam quaisquer conotações sexuais e românticas antes de ler este post-homenagem que é pra lá de nostálgico e ainda permanece no imaginário popular com força.
Li ontem em alguns sites de música na internet que o álbum de estreia da cantora Madonna completou 40 anos de existência e corri para confirmar a veracidade da notícia em fontes cabíveis. Confirmado o fato atestei duas verdades absolutas: a atemporalidade do projeto, hoje em muitos aspectos ainda mais atual do que na época do seu lançamento, e a certeza de que a velhice está batendo na porta.
Madonna (o disco) é a cara, o comportamento e a alma viva da popstar que virou rainha do gênero e ainda não perdeu sua majestade (e olha que tem muita gente tentando destroná-la atualmente). Caso você tenha um equalizador entre seus aparelhos de som, retire a voz da cantora das faixas e ouça a sonoridade do disco. Aposto que - se pertencerem a mesma geração que eu - ficarão encantados com tamanho deslumbre.
O álbum é o puro suco do que foram aqueles anos 1980 vertiginosos, com muita purpurina, clipes musicais na tv, trilhas sonoras inesquecíveis de filmes teens hollywoodianos, walkmans e vinis na vitrola. E poucos desenharam isso tão bem em suas canções (e na carreira como um todo) quanto Madonna.
Há, pelo menos, quatro hits óbvios, desses de ficar reouvindo de tempos em tempos com a ajuda do youtube e do Spotify: "Lucky star", "Borderline", "Holiday" e "Everyday" (e fica aqui, no caso dessa última faixa, que encerra o álbum, uma lembrança: a cantora abre a música com um sussurro que é cara da sua personalidade, remetendo imediatamente ao seu lado sexual à flor da pele, e me fazendo relembrar do famigerado documentário Na cama com Madonna, que marcou época nos cinemas).
Contudo, recomendo aos não iniciados na rainha do pop que deem uma chance também a "Burning up", que provavelmente os executivos de gravadora e pesquisadores irão chamar de side B. O próprio conceito em si de "pegar fogo" ou "em chamas" já diz muito sobre essa moça que quase entrou para a vida religiosa e, graças a Deus, foi resgatada pela música pop.
Se muito se fala atualmente sobre a turnê de 40 anos de carreira (adiada por conta de problemas de saúde envolvendo a artista) e as mil facetas que ela encarnou ao longo da sua jornada (de kama sutra à discoteca; da crucificação de Cristo à Eva Perón no cinema, etc), vale lembrar aos incautos que tudo começou aqui, nesse singelo álbum que não só emplacou como criou uma legião de fãs que a perseguem ao redor do mundo.
Logo, se você já conhece as canções, já as ouviu um milhão de vezes, ouça um milhão e uma, um milhão e duas... Agora: se você nunca ouviu falar disso aqui, honestamente só me resta perguntar se você tem menos de 20 anos e acha que o mundo se resume a Taylor Swift e fenômenos que sobrevivem de playbacks ou em que planeta você estava morando quando tudo isso aconteceu.
Sim, porque você definitivamente não é normal. Pelo menos, não para o show business.
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