Para muitos ele será eternamente a lenda das artes marciais. Está para o cinema de ação como Elvis Presley está para a história da música. Falo, logicamente, de Lee Jun-fan (mais conhecido internacionalmente como Bruce Lee), que 50 anos atrás nos deixava em meio a uma névoa de mistério.
Segundo a certidão de óbito a causa mortis foi "edema cerebral provocado por reação alérgica", mas para muitos entusiastas e fãs longevos do artista isso não passa de uma teoria ou reles "versão oficial", que em nada acrescenta para a sua história ou legado.
Conheci Bruce Lee através de meu pai, que era um fã notório dele. Perdi as contas de quantas vezes sentamos juntos em frente à tv para assistir O voo do dragão (e a luta épica com o ator Chuck Norris) e Operação dragão, seu filme mais famoso e que também comemora cinco décadas de existência em 2023.
Mais inteirado do que eu sobre as façanhas de Bruce, meu pai ainda relatava as cenas antológicas do antigo seriado O besouro verde (que, até hoje, ainda não consegui ver na íntegra), no qual interpretava o motorista Kato. E também desabafava sobre a grande sacanagem que fizeram com ele no caso de outra série, Kung Fu, quando foi substituído de forma covarde pelo ator David Carradine.
E não dá para pensar em Bruce Lee e não se lembrar do famoso soco de uma polegada, que ainda deixa muitos lutadores e fãs intrigados. Bruce criou seu próprio estilo de luta - o Jeet Kune Do - e era metódico em todos os sentidos (tem até quem o via como uma grande antipático, uma figura pedante, por causa disso!).
Recentemente houve uma grande polêmica envolvendo o nome dele, por conta de um personagem no longa Era uma vez em Hollywood, de Quentin Tarantino. No filme, Cliff Booth (vivido por Brad Pitt), um dublê, encara Bruce no braço e o coloca no chão, sem fazer grande esforço. Foi o suficiente para que os fãs mais ardorosos do lendário lutador ficassem furiosos com Quentin, que ainda debochou do caso.
Polêmicas à parte, é inegável que dificilmente alguém chegará ao patamar que Bruce Lee alcançou. Procurem seus filmes, vejam as sensacionais coreografias criadas para as cenas de luta (entre seus parceiros de cena, figura inclusive um Jackie Chan em início de carreira), seu carisma e talento únicos. Querer reduzí-lo à escândalos e polêmicas envolvendo sua morte ou carreira é, no mínimo, diminuí-lo - e muito!
E acreditem (embora eu saiba que pareça clichê até alma): os filmes de ação nunca mais foram os mesmos depois que ele partiu. Sério!
Que ele esteja em paz no outro plano.
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