O século XX continua, infelizmente, nos abandonando a conta gotas...
Certos músicos são eternos, lendários, e isso já se tornou clichê, de tanto que nós repetimos a frase. Entretanto, alguns artistas deveriam ser imortais, pois vê-los partir me faz pensar no quanto a indústria cultural está empobrecendo e não podemos fazer nada para evitar tal fato. Quincy Jones, que nos deixou aos 91 anos, é com certeza um desses.
Talvez a grande maioria dos fãs do seu trabalho o reconheçam apenas pelo fenômeno Thriller, álbum que produziu ao lado do cantor e compositor Michael Jackson, e também pelo clipe de "We are the world", que reuniu gigantes da música pop com o intuito de combater a fome na Etiópia. Jones - acreditem! - foi muito mais do que isso.
Que outro músico pode dizer que trabalhou com artistas do naipe de Frank Sinatra, Miles Davis, Ray Charles, Milton Nascimento, Ivan Lins... "Provavelmente pouquíssimos", vocês dirão. Quincy Jones se tornou - pelo próprio mérito e competência - a cara do jazz.
Tanto que a revista Time o chamou de "um dos músicos de jazz mais influentes do século XX". Além disso, o cantor, compositor e produtor ganhou 28 Grammys, dois Oscars e um Emmy, ao longo da carreira.
Contudo, seu maior legado na indústria foi ter se tornado uma figura onipresente no mercado de entretenimento. Me lembro dos tempos em que assistia pela MTV clipes, shows e entrevistas épicas, e era praticamente impossível não ouvir o nome dele pelo menos uma ou duas vezes todo dia. E olha que a concorrência nesse meio sempre foi feroz.
Não sei como me despedir de lendas, apenas homenageá-las. Fica o legado e a alma musical desse grande artista. Mais um que dificilmente encontrará um substituto à altura em meio a essa geração atual que só pensa em cifras e enriquecimentos, por vezes duvidosos.
Fica com Deus, mestre!
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