Quando os cinéfilos de verdade pensam em cinema, em sétima arte, mais especificamente em hollywood, é quase impossível não lembrar daquele famoso letreiro em Los Angeles que já foi cenário (ou, ao menos, visto) em tantas produções. Do que a maioria das pessoas não sabe é das inúmeras histórias envolvendo o ponto turístico que este ano completa 100 anos.
Primeiramente: ele foi erguido ali em 1923 como hollywoodland, um empreendimento imobiliário de luxo dos mais cobiçados na época. E passou por muitos reveses e deteriorações com o passar das décadas.
Talvez a maior tragédia envolvendo-o foi a de 1932 quando a atriz britânica Peg Entwhistle tirou a própria vida se atirando da letra H. Daquelas histórias que normalmente despertam o interesse de ficcionistas ao redor do mundo por sua carga mista de incompreensão e curiosidade mórbida!
Já na década de 1940 vândalos e tempestades de vento derrubaram a famigerada letra H, fazendo com que os moradores da região pedissem à prefeitura da cidade que pusessem o letreiro abaixo. Adiantou? Que nada! A Câmara de comércio de hollywood ainda via a instalação como uma marca rentável e decidiu reformá-la. Com uma diferença: retiraram as últimas quatro letras para que a peça passasse a representar toda a cidade e não apenas um território específico.
Moral da história: em 1949 o letreiro, recém restaurado, reinaugura como Hollywood (e assim o vemos até hoje).
Mas o sol devastador e novas tempestades fizeram o favor de, novamente, desgastar as letras. E eis que, em 1970, um grupo de celebridades (incluindo o roqueiro Alice Cooper, o fundador da Playboy Hugh Heffner e o cantor Andy Williams) bancam uma nova reforma, trazendo o letreiro de volta aos seus dias de glória. Detalhe: as letras antigas, de madeira, são agora substituídas por outras, mais compactas, feitas de aço.
Embora ele não seja mais hoje em dia mantido iluminado com frequência (por conta de reclamações dos próprios moradores da região), há um movimento crescendo para que ele volte a ser, por conta de eventos que a cidade abrigará nos próximos anos (como a copa do mundo em 2026 e os jogos olímpicos em 2028), que certamente atrairão um número gigantesco de turistas.
Ou seja: já prevejo polêmicas e bate-boca, principalmente depois do resultado das próximas eleições no ano que vem (dependendo de quem vencer a corrida presidencial). Os conservadores e puritanos certamente vão reclamar - de novo! - de toda essa luz na cara deles.
Mas polêmicas e discussões à parte, quem diria que aquele letreiro que surgiu antes mesmo do nascimento do cinema falado, ainda estaria ali, no mesmo lugar, um século depois, não é mesmo? Quer saber: longa vida a ele!
Sem comentários:
Enviar um comentário