domingo, 27 de outubro de 2024

Os clássicos morreram mesmo!


Reassisto Star Trek II: a ira de Khan, de Nicholas Meyer, depois de muitos anos e chego a uma devastadora conclusão: hollywood virou realmente uma piada - e de mau gosto. Onde foi parar toda aquela indústria cinematográfica com potencial para transformar sonhos impossíveis em realidade? E por que a atual geração faz tanto esforço para reler esses clássicos e transformá-los em bombas estratosféricas? 

A ira de Khan nos trazia o melhor dos mundos: um mocinho em crise (James Kirk acreditando estar em sua última missão pela Enterprise), um vilão renegado da melhor qualidade (vivido de forma visceral pelo ator Ricardo Montalban, da série cult A ilha da fantasia) e batalhas intergalácticas inesquecíveis que não precisavam de CGI para serem absolutamente inebriantes. 

E o que vemos hoje? Um festival de pastiches, narrativas absurdas, vilões canastrões e personagens infantilizados, criados para atender a uma demanda nerd pobre e culturalmente vazia por natureza. 

Star Trek até tentou se reinventar, rebootando-se, com outro elenco, mas... não dá. Certas franquias são eternas e, honestamente, imexíveis. E, além disso, o encanto, o charme e a nostalgia se perderam em meio ao desejo voraz de lucro rápido e fácil dos chamados CEOs, verdadeiros responsáveis pela crise do cinema americano nos últimos anos. 

A própria ficção-científica como gênero se perdeu numa espécie de delírio coletivo, onde o que realmente importa são artistas de plástico sendo vendidos como salvadores da pátria e mulheres sem expressão que só precisam ser lindíssimas (ou, às vezes, nem isso) para ganhar uma chance de brilhar. Porém, não brilham, não se destacam, e principalmente, não arrecadam o suficiente para justificar o alto orçamento em cima delas (e deles também, lógico!).

Ao fim, fica um sentimento agridoce (Quê?! não, amargo mesmo!) de que os clássicos morreram mesmo. Pior: deram lugar ao nonsense, ao infantilismo, a piada pronta e repetitiva, a bonecos, tênis, parques de diversões, fast foods e outras baboseiras indigestas que em nada avalancaram o mercado exibidor.

Será que ainda dá para sonhar com dias melhores nesse setor? Sei não... 


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