"Boa noite". Quantas pessoas responderam a ele enquanto assistiam o Jornal Nacional pela tv? Era praticamente um ato involuntário, como responder a um vizinho ou parente no meio da rua. E por 26 anos Cid Moreira repetiu o mesmo gesto, respondido por milhares de espectadores (segundo estatísticas, foram mais de 8 mil vezes).
Hoje Cid nos deixou e com sua partida perdemos a voz da tv brasileira. E que voz!
Tem quem o conheça como o âncora do telejornal mais famoso do país, tem quem se lembre dos salmos católicos que ele gravou e tem também quem prefira se lembrar dos memes criados acerca dele (como, por exemplo, o da famosa entrevista que ele fez com o ilusionista Mr. M, na qual, em determinado momento, lhe perguntou: "você é espada?").
Contudo, piadas à parte, Cid Moreira foi um grande fenômeno da tv e do telejornalismo brasileiro. E acho difícil aparecer alguém que o supere. Até a história de que ele apresentou uma edição do jornal de bermuda - que muitos tratam como uma lenda urbana - passa despercebida diante do seu legado midiático.
Eu sempre tive fascínio por grandes vozes. Meus ídolos, quando moleque, eram os locutores de futebol. Ficava horas ouvindo José Carlos Araújo, Luiz Penido, Osmar Santos, Januário de Oliveira, Sílvio Luiz... Hoje entendo o motivo dessa adoração: sempre tive voz de taquara rachada e ouvir esses gênios era uma forma de estar perto da grandiosidade.
E nesse quesito Cid sempre liderou meu top 10. Meu sonho (não realizado) era ter uma voz como a dele. E agora, mestre, como é que eu fico sem poder ouví-lo de novo, daqui pra frente? Entre seus feitos mais lendários não podemos também esquecer da citação no famigerado Guinness Book, o Livro dos Recordes, como o profissional que ficou mais tempo à frente de um telejornal. Honraria para poucos!
Cid, que você fique em paz onde quer que esteja, pois sua história aqui neste plano certamente foi incomparável. E a imprensa fica cada dia mais pálida com a partida dos melhores. Como você.
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