quinta-feira, 9 de maio de 2024

A famigerada geração Z


Que inferno é acompanhar a cultura pop em meio a tanta gente ultrapassada e resmungona e novas "tendências de mercado"...

Em teoria é sempre o mesmo discurso: jovens que usam a tecnologia para difundir diferentes vozes, realidades culturais e sociais. Bonito, não? Já na prática... Um festival de mau humor, caretice, retrocesso, birra, às vezes beirando a esculhambação total dos fatos. 

Em suma: cada dia mais difícil (e constrangedor) conviver com a famigerada geração Z e seus pitis constantes.

E a própria palavra famigerada vem bem a calhar ao se referir à geração. Entre suas muitas definições, uma me agrada mais do que as outras: que desfruta de má reputação ou má fama; mal-afamado. Perfeito! Digo mais: são um retrato da contradição vigente na atual cultura pop. 

Reclamam da nudez nos filmes (acham-na desnecessária para o contexto da história). Reclamam dos palavrões em peças teatrais e shows de stand up comedy. Reclamam de cantores e compositores que satirizam ou denunciam figuras e arquétipos políticos (não veem necessidade de politização na arte). Reclamam que o artista a é pedófilo, o dramaturgo b é estuprador, o cantor lírico c é assediador de mulheres... Putz! Como reclamam. 

Agora, pergunte o que eles não são. A resposta? Modelos de conduta. Exigem do outro o que eles mesmos não são capazes de entregar.

Aumente isso tudo em 100%, incluindo produtoras de conteúdo cultural mais interessadas em fazer agenda ou criar um público cada dia mais vazio, mais alienado, e o resultado é catastrófico por natureza. Temo, infelizmente, pelo futuro de hollywood, da indústria cultural, da broadway, do mercado editorial e quem mais enveredar por esse território. E olha que ainda temos que ficar de olho nessa tal de inteligência artificial, ávida por ceifar empregos e a qualidade artística.  

Não bastassem os livros do gênero young adults; os filmes sobre videogames, bonecos, heróis, marcas de tênis e jogos de tabuleiros; as cantoras divas que se resumem a suas bundas e corpos esculturais; os espetáculos teatrais que não passam de escracho e tiração de sarro, ainda teremos que dividir espaço com máquinas que, na prática, nada mais farão do que sofisticar o velho ctrl c ctrl v? E ainda teremos que aplaudir isso, sermos gratos? Meu Deus!

Quer saber? Esse povo que enche o saco por tudo é só a ponta do iceberg. E uma hora o iceberg derrete.


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