sexta-feira, 26 de abril de 2024

R.I.P Anderson Leonardo


Estava me preparando para postar outra coisa quando sou golpeado por uma triste notícia... 

Eu não me recordo (mesmo!) se já postei sobre o universo pagode aqui nesse blog. Caso nunca, deixo minhas sinceras desculpas desde já. Foi apenas minha escolha por outros temas e modelos artísticos. Sou de uma época em que se ouvia - e muito - nas rádios grupos como Só pra contrariar, Raça negra, Grupo Raça, Negritude júnior e companhia limitada. E era divertidíssimo vê-los em programas de auditório os mais diversos.

Mas por que estou falando disso justo hoje? Porque, infelizmente, a MPB perdeu hoje uma de suas figuras mais engraçadas. Morreu, aos 51 anos, o cantor Anderson Leonardo, vocalista do Grupo Molejo. 

Anderson era daquelas personas artísticas que você queria ouvir falando qualquer coisa (contando piada, falando sacanagem...), que dirá cantando. Foi dos primeiros pagodeiros, inclusive, que eu senti uma identificação imediata até mesmo com o público infantil. Tanto que trouxe para o seu show expressões associadas a esse universo. Ouçam, assim que terminarem de ler aqui, "Brincadeira de criança". Eu mesmo já ouvi hoje umas duas vezes.

Mas não somente esta. "Cilada", "Dança da vassoura", "Paparico", "Não quero saber de ti ti ti", "Ah! moleque", "Caçamba", "Samba rock do Molejão"... São vários os hits desse fenômeno de comunicação.

Quem, em algum momento, já foi numa das rodas de samba organizadas por ele, não esquecerá jamais. E não bastasse isso, ele ainda deu muita força para outros grupos do segmento em começo de carreira, um claro desejo de ver o pagode - bem como o samba de forma geral - se perpetuar sempre.

Ninguém riu (ou fez rir) como Anderson Leonardo. Ninguém debochou do sistema e do execrável politicamente correto vigente nos últimos anos como suas músicas. Vejo-o com símbolo máximo da sátira que anda em falta nesse mercado fonográfico cada vez mais chato e careta. Sua partida é, mais do que uma pena, um golpe duro nos fãs da boa música, sem rodeios ou agendas babacas.

Fica com Deus, irmão! Você definitivamente era a cara desse país.   


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