quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Aqueles fins de semana...


Nem parece que tem esse tempo todo, mas tem!

Faz praticamente uma década e meia que eu não leio quadrinhos de super-heróis, seja pelo desgaste natural das tramas, que para mim começaram a se tornar repetitivas, seja pelo meu cansaço em não querer mais ler sagas gigantescas que levavam por vezes mais de 50 edições para chegar ao final. Com a chegada da Marvel e da DC aos cinemas, preferi ficar com as versões audiovisuais. E acho que fiz bem.

Entretanto, há uma lembrança recorrente em minha vida - e principalmente nos fins de semana - quando o assunto é super-heróis nos quadrinhos e não é um gibi (essa expressão já caiu em desuso nos últimos anos) de um personagem em específico, embora eu lesse como alucinado as revistas do Homem-Aranha e dos Novos Titãs (pelo amor de Deus, esqueçam aquela série de TV recente, que é horrível!). 

Não, meus caros leitores! Esqueçam os Vingadores e a Liga da Justiça. A revista em quadrinhos que povoou a minha adolescência de cabo a rabo foi a (hoje) nostálgica Superaventuras Marvel.

E o primeiro motivo é fácil de explicar: eu sempre preferi os heróis sem superpoderes ou mutações ou deuses mitológicos. Se me perguntarem até hoje quem é o cara nesse universo Batman e Demolidor lideram a lista de lavada. 

E eis que entro no segundo ponto: Demolidor: o homem sem medo (ou o advogado Matt Murdock) foi o meu primeiro contato de fato com essa revista. Fiquei alucinado com a história do rapaz que perdia a visão e disciplinava o seu corpo e os seus sentidos para combater O rei do crime e companhia ilimitada. 

Terceiro ponto: o grande diferencial de Superaventuras Marvel era encontrar heróis que não possuíam, naquela época, revista própria aqui no Brasil. O justiceiro, Pantera negra, Tropa Alfa (de onde, aliás, saiu um pouco da origem do Wolverine), Mestre do Kung Fu (que, atualmente, faz carreira nas salas de cinema brazucas), Surfista prateado (outrora arauto de Galactus; para mim, o grande vilão dessa época), Quarteto fantástico, Elektra (isso antes de eu me deparar com a obra-prima Elektra assassina, de Frank Miller), Conan (que depois eu troquei pela maravilhosa A espada selvagem de Conan, que virou minha coqueluche de bolso), etc etc etc.

Haviam também encontros e duelos que levavam os fãs à loucura: Tropa alfa vs. X-Men, X-men e Quarteto fantástico lado a lado, Homem-Aranha e Mulher-Hulk contra Longshot, Demolidor e Motoqueiro Fantasma caindo na estrada juntos...

A revista durou 15 anos (de 1982 a 1997) e 176 edições. E para quem é fã do Deadpool de Ryan Reynolds no cinema as últimas edições antes do seu cancelamento trazem Cable como protagonista. Procurem!

Infelizmente, o tempo passou, meus cabelos se foram por causa do meu descuido e de anos e anos de água do mar, e eu descobri que a nona arte também era sinônimo de feras como Will Eisner, Milo Manara, Moebius, Sergio Aragonés e Art Spiegelman. Resultado: eu precisei dividir o espaço na estante destinado, até então exclusivamente, à Stan Lee e Jack Kirby até que os heróis tiveram que partir de vez.

Sobram, para minha sorte e a dos leitores desta tentativa de artigo, apenas as boas lembranças de uma época em que quadrinhos eram apenas pura diversão e não todo esse mercado estratosférico e milionário que hollywood abraçou na última década e transformou em nerdismo.  


1 comentário:

  1. Concordo com teu desgosto com hqs atuais, mas discordo do cinema e tv, acho que simplificaram materiais que poderiam ter sido muito melhor explorados, salvo pouquíssimas exceções.

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