E o dia enfim chegou... Ontem, pela primeira vez na história, um artista brasileiro venceu o Globo de Ouro. Seu nome? Fernanda Torres. Sim, a Fernandinha, filha de vocês, cinéfilos brasileiros, sabem quem. E eu fiquei tão emocionado, tão feliz, tão realizado, que parecia até que eu havia ganho a estatueta.
Sônia Braga tentou três vezes, Wagner Moura chegou perto com a série Narcos, e a Fernandona bateu na trave com Central do Brasil. Mas ontem... foi outra história.
Se Ainda estou aqui, de Walter Salles, já era um acontecimento com luz própria pela narrativa que construiu, atual, poderosa, e mais do que necessária para entendermos a atual sociedade brasileira, imagine agora depois desse reconhecimento. Sim, a palavra que não deve ser esquecida é: reconhecimento. E é tão difícil chegar lá, figurar entre os medalhões de hollywood, que quando enfim chegamos parece tudo tão irreal, fantasioso. Mas acreditem: chegou o dia.
Os haters - sim, não esqueçamos deles, ficaram famosos nos últimos anos por sua prepotência e seu senso de "patriotismo" (não vou explicar a ironia por trás das aspas) - vão falar mal novamente, vão diminuir o feito, explicitar o posicionamento político da atriz. Na boa... que se lixem! Quando o assunto é arte, cultura, entretenimento, são sempre leigos e desnecessários. Preferem armas e guerras à conhecimento. Não me interessam. Comentei aqui mais como deboche e provocação do que qualquer outra coisa.
Se o filme vai chegar ao Oscar também? Prefiro aguardar. Não sou bom com previsões, mas espero que sim. O filme merece, bem como Fernanda, Selton, Walter Salles, a equipe toda. Eles fazem um tipo de cinema no país que eu apoio de olhos fechados. Diferentemente de certas bobajadas românticas e favela movies previsíveis.
E pensar que ainda tem gente nesse país-província que acha o cinema brasileiro inútil, sem serventia... pobres deles! Talvez prefiram curtir o som mela-cueca dos sertanejos baladeiros e as piadas sem graça de comediantes fúteis, que se acham relevantes. Cada um sabe o que escolhe pra si, não é mesmo?
P.S: Emilia Perez vencer filme de língua não-inglesa foi sacanagem (e não só com o nosso longa)? Foi. Não tenho a menor dúvida. Mas só por ouvir o discurso da Fernanda já valeu a noite, o domingo, quiçá o 2025 todo... Muito obrigado. Mesmo. A sétima arte brasileira precisava de um dia como ontem.
Sem comentários:
Enviar um comentário