Milhões de cérebros danificados ou comprometidos pela cultura nociva do "eu acho" ou do "isso deve ser verdade, eu quero que seja verdade e ponto final...". Assim chegou à conclusão o Dicionário Oxford em 2024 ao escolher "brain rot" como a palavra do ano. E honestamente... acho que acertaram em cheio!
Mas o que significa "brain rot"? É algo, mais ou menos, como cérebro podre ou podridão cerebral. Mas com um adendo: o cérebro em questão apodrece por conta das notícias inúteis (fake news, junk literature, etc) consumidas sem critério ano após ano e formando uma sociedade altamente imbecilizante, mas cheia de marra.
Acreditem: o caso é bem mais grave do que sonha a nossa vã filosofia (e a de Shakespeare, claro!, também). Nunca estivemos diante de uma revolução dos idiotas - como já bem disse, no passado, o dramaturgo Nelson Rodrigues - tão grande quanto a atual. Não mesmo.
O amigo inseparável deles? O telefone celular, principal responsável pela propagação de toneladas indecentes de um contéudo de péssimo gosto, de baixo calão e, muitas vezes, sem o menor comprometimento com a verdade, que dirá com a opinião pública. Vivemos, isso sim, a era do que existe de mais fajuto, inventado e sem valor da história da humanidade. E ainda gargalhamos diante disso tudo.
Lembram-se da gangue liderada por Malcolm McDowell em Laranja mecânica, de Stanley Kubrick, com aqueles imbecis saindo às ruas para tocar o rebu, quebrar, matar, indiscriminadamente? Então... Viramos uma versão online, confinada, mais covarde disso, mas não menos letal. E é preciso que fiquemos de olhos abertos, atentos. Porque o futuro promete algo ainda pior no radar, a dependermos de certas figuras públicas degradantes.
Por ora só nos resta... o quê, no final das contas? rezar? aguardar? por quanto tempo? Olha! eu não faço (mesmo) a menor ideia. De concreto mesmo é que o mundo parece ter enlouquecido de vez.
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