sexta-feira, 6 de setembro de 2024

R.I.P Sérgio Mendes


É uma pena vivermos numa sociedade tão alienada e tão fascinada pelo mau gosto, que não conheça a obra musical de Sérgio Mendes, que nos deixou ontem aos 83 anos. Trata-se de uma prova cabal do quanto a nossa MPB virou sinônimo de qualquer coisa mesmo...

Difícil classificar um artista múltiplo como Sérgio. Os fãs mais antigos certamente preferem associá-lo à bossa nova, à banda Sérgio Mendes & Brasil 66 e a hits clássicos como "Mas que nada" (que ganhou notoriedade na voz do cantor Jorge Ben - atualmente Benjor). Já a garotada com certeza se lembra mais de sua rápida parceria com a banda Black Eyed Peas, ainda na formação original, com a cantora Fergie. 

Seja você um fã A ou B, tenha vivo em sua mente pelo menos uma certeza: a de que ouviu um dos melhores arranjadores e produtores da história da música mundial, não devendo nada a feras como Miles Davis, Quincy Jones e Phil Spector. E não bastasse tudo isto dito acima, ele ainda é o brasileiro com mais gravações emplacadas no Top 100 das paradas americanas (a famosa Billboard), com 14 músicas.

E você então me perguntará: o que devo ouvir desse grande gênio só para começar a entender (e me ambientar) acerca de sua vasta obra? Além do hit já mencionado no segundo parágrafo, deem também uma chance à "Never gonna let you go", "The look of love", "Take this love", "Fool on the hill", "Batucada", "Chove chuva", "País tropical", "Água de beber" e "Olympia", dentre vários outros. Aposto que quando acabarem de ouvir isso tudo, irão correndo procurar os álbuns dele no youtube ou no spotify.  

Mendes ganhou um Grammy, pelo álbum Brasileiro do cantor Carlinhos Brown, além de dois Grammy latino. E ainda foi indicado ao Oscar de melhor canção em 2012, pela música "Real in Rio", do longa-metragem de animação Rio, de Carlos Saldanha.

Para quem não conhece a carreira e a música desse artista extraordinário, recomendo de olhos fechados o documentário Sérgio Mendes: no tom da alegria, do diretor John Scheinfeld. Uma ótima porta de entrada para conhecer essa lenda. 

P.S: o mais triste dessa notícia é que os melhores continuam partindo, deixando saudades, e a renovação continua anos-luz da mesma qualidade. Até quando, Brasil?  

Fica com Deus, Sérgio!


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