segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Friends: 6 amigos, 30 anos


Às vezes me assombro com o tempo que certos filmes, peças, livros, programas, etc, têm. Mais do que isso: a certeza de estar envelhecendo mais rápido do que gostaria numa era em que tudo parece se processar à velocidade da luz. 

E me parece que, nos últimos anos, a quantidade de datas comemorativas vem crescendo exponencialmente em importância... Ou será que sou só eu que estou vendo demais? 

Nessa semana o seriado Friends, criado por David Crane e Marta Kauffman, completou 30 anos e eu tomei um susto. Sério? Já tem tudo isso? E olha que eu nem fui um espectador assíduo do programa (embora tenha acompanhado a trajetória deles sempre que pude). Mas é preciso admitir: trata-se de um legado da cultura pop norte-americana. 

Acompanhamos a amizade de Rachel (Jennifer Aniston), Monica (Courteney Cox), Phoebe (Lisa Kudrow), Joey (Matt LeBlanc), Chandler (Matthew Perry) e Ross (David Schwimmer) como se eles fossem da nossa própria turma. No apartamento, no café, discutindo a relação, fazendo festas, tudo e mais um pouco, rimos, choramos, nos frustramos, torcemos por seus dilemas e alegrias. E, no final das contas, é disso que tratam os grandes sucessos da tv americana (pelo menos, na maioria dos casos).

Não vou citar meus episódios favoritos, pois não tenho bagagem fanática para isso, mas posso dizer que da parte que eu assisti, entendo - e curto - toda a exaltação à série por parte do público cativo. Só não concordei com o episódio reunion feito recentemente (e que contou até com a presença da cantora Lady Gaga entre os convidados), pois me pareceu caça-níqueis barato que nem essa mania atual de trazer de volta bandas de rock do passado. Essa parte eu pulo com folga. 

Infelizmente, Matthew Perry nos deixou de forma mezzo melancólica mezzo catastrófica (há notícias escabrosas ainda saindo na imprensa sobre as causas de sua morte, o que é muito triste e que mostra também o quanto holywood e a indústria de entretenimento dos EUA não é nenhum oásis ou mero parque de diversões). Ele certamente ficaria contente com todo esse reconhecimento ao trabalho. 

Ao fim desse breve post posso dizer que não consigo imaginar outra sitcom americana gerando, nos próximos anos, tanta repercussão quanto a do sexteto. Até o conceito de comédia hoje é outro, mais ácido, seco, por vezes desnecessariamente engajado. Vivemos tempos de projetos como Emily in Paris, Stranger Things, Only murders in the building... Será que se começassem hoje, teriam feito o mesmo sucesso? Quem sabe. 

Só espero que não caiam na loucura de rebootar a série, mania insossa dos últimos anos. Certas histórias - acredito eu - é preferível deixá-las onde elas estão. Ou o charme da coisa se perde.    


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