Fiquei confuso hoje, enquanto escrevia sobre cinema italiano para um projeto literário, se a eterna musa Sophia Loren ainda estava viva ou não e me deparo com uma matéria de jornal mencionando seus 90 anos de vida (e que vida!). Que chegue aos cem.
Loren é, para mim, a maior figura viva do cinema europeu, independente de se ela está trabalhando ainda ou não. Simplesmente não consigo imaginar o cinema produzido na Europa (e não somente a Itália) sem lembrar de sua persona e interpretações que entraram para a história da sétima arte.
Embora seja vista por muitos como sexy symbol, ela foi das poucas artistas de sua geração que me ganhou como atriz logo de cara (digo isso porque costumo ser reticente com mulheres bonitas sendo chamadas de "grandes atrizes"). E sua carreira, ao contrário do que pensam muitos críticos e entendidos por aí, não se limita à parceria com o amigo Marcello Mastroianni. Longe disso...
Os girassóis da Rússia (meu favorito com ela); A condessa de Hong Kong (sim, ela foi dirigida por Charles Chaplin); El cid; Casamento à italiana; Ontem, hoje e amanhã; A queda do império romano; Boccaccio '70; A garota do gângster; até mesmo sua rápida - e poderosa - aparição no musical Nine (uma "remake" do Oito e meio, de Fellini)... ela sempre foi um acontecimento.
Em seu último longa, Rosa e Momo - uma vida à sua frente (de 2020), ela ainda é capaz de mostrar parte desse brilho nunca replicado por nenhuma outra no cinema. E me fez pensar no quanto nós, cinéfilos, andamos por demais carentes de grandes artistas, principalmente numa época em que poucos trabalham de fato para o público adulto e só querem saber de bilheterias e continuações.
Em outras palavras: me fez bem lembrar de Sophia, de torcer para ela ainda permanecer viva. A sétima arte mundial agradece - e muito!
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