É triste não ver o rock protagonizando nada, muito por conta da caretice mundial, do excesso de jabá e o bundamolismo pop cada vez mais acentuado. Longe das estações de rádio e dos programas televisivos aqui no Brasil, o gênero musical sobrevive por aparelhos, sabe lá Deus como. Isso sem contar alguns expoentes que viraram reaças e bobalhões notórios.
Pior: saber da capacidade que o rock possui de convergir com outras vozes, estilos, propondo parcerias que a priori você pensaria: "isso não vai dar certo". E ele prova que você estava absolutamente errado. Foi assim que me senti ouvindo o mais novo álbum da cantora Dolly Parton, Rockstar. E desde já adianto: não foi à toa que essa senhora entrou para o Hall da fama do rock n' roll.
Dolly reúne clássicos do gênero em interpretações íntimas, mas não menos poderosas, e ainda canta lado a lado com feras do segmento, como Steve Tyler (vocalista do Aerosmith) e o eterno beatle Paul McCartney, dentre outros.
Difícil eleger uma faixa que tenha me conquistado mais. A seleção de hits é grande e cada um deles é reinterpretado de forma tão melodiosa, tão brilhante, que é quase impossível eleger preferidos. Em outras palavras: o trabalho vale pelo conjunto da obra e a maneira como homenageia o rock e tudo o que ele nos proporcionou até hoje.
Entre os sucessos, há um pouco de tudo: "Every breath you take" (do The Police), "Don’t let the sun go down on me" (de Elton John), "Stairway to heaven" (do Led Zeppelin), "(I can't get no) Satisfaction" (dos Rolling Stones), "Let it be" (dos Beatles), "Purple rain" (de Prince), "Baby, I love your way" (Peter Frampton), "Heart of glass" (do Blondie)...
Detalhe curioso: fiquei até surpreso com a dobradinha de Dolly, lado a lado nos vocais com Miley Cyrus, em "Wrecking ball".
Fãs do rock e amigos leitores, não deixem de dar uma chance a este álbum. Mais: a esta preciosidade. Ao fim das 30 faixas ouvidas no youtube, uma certeza me ficou clara. A de que o rock n' roll ainda é possível, e não somente por conta de bandas oriundas do Eurovision ou alguma artista pop que se aventurou por esse caminho nos últimos anos. Não.
Mas é primordial fazer o público entender que (ainda) há espaço para ele, em meio a divas, sertanejos canastrões e invencionices que, muitas vezes, só duram um carnaval - ou festival - e nada mais.
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