sábado, 29 de agosto de 2020

O eterno pantera negra

 


A vida é realmente uma caixinha de surpresas. E às vezes uma um tanto quanto sórdida...

Mal ligo o computador, faço a conexão com a internet e entro no meu primeiro site do dia e me deparo com a triste - poderia até dizer macabra - notícia de que o ator Chadwick Boseman, mais conhecido por seu personagem no longa-metragem Pantera Negra, da Marvel Studios, faleceu ontem aos 43 anos, vítima de um câncer no cólon. 

Corro para os fóruns, sites e grupos do facebook sobre o universo dos super-heróis e me deparo com um cenário de total desolação. Ninguém parece acreditar nas notícias de tabloides e jornais. E seu físico no longa de Ryan Coogler jamais me faria pensar que o ator estivesse vivendo tal dilema. Sim, meus caros leitores! É trágico. Demais. 

E imediatamente, praticamente de maneira instintual, me pego pensando: o que a Marvel vai fazer agora para dar prosseguimento à sua cronologia? Vai fazer falta o talentoso Chad. Enfim... Wakanda nunca mais? Sério? É muita sacanagem.

Contudo, embora tenha se consagrado mesmo em películas do universo superhero, Boseman era bem mais do que isso e provou seu valor em outros projetos também interessantíssimos. Aliás, Não tem nem duas semanas eu assisti em dvd um de seus últimos trabalhos: o interessante filme policial Crimes sem saída, de Brian Kirk. E recomendo a quem ainda não teve a oportunidade de conferir. Ele certamente daria um ótimo detetive dentro deste segmento cinematográfico. 

E não somente o longa de Brian. Boseman realizou bem-vindas e complexas construções narrativas de personagens os mais diversos: foi o cantor James Brown em Get on up, do diretor Tate Taylor; vestiu o uniforme do jogador de beisebol Jackie Robinson (que foi alvo de severo racismo nos EUA) em 42: a história de uma lenda, de Brian Helgeland (surpreendendo o veterano Harrison Ford); além de emprestar seu talento para recriar a saga do advogado Thurgood Marshall, que se tornou o primeiro advogado afro-americano a integrar a suprema corte americana em Marshall: igualdade e justiça, de Reginald Hudlin (por sinal, outra grata surpresa em sua curta filmografia).  

Nunca me esqueço de uma entrevista que assisti dele para o Tonight show with Jimmy Fallon no qual agradecia ao ator Denzel Washington por ter financiado seus estudos na universidade. Achei de uma humildade raras vezes vista no mundo de hoje, tão individualista e mercenário. Mas Chad era assim, simples, humilde, centrado.

Toda vez que eu o ouvi se pronunciar, fosse no tapete vermelho ou num show de variedades, era de uma correção e uma elegância sem igual. E olha que ele ainda não era nem considerado como um ator do primeiro escalão na época!

Infelizmente chegou sua hora e espero que, onde quer que esteja, realize sua jornada com o mesmo afinco. Uma pena. É de mais artistas como ele que hollywood anda precisando nos últimos anos. Gente que não ostente, não conte vantagem, não faça propaganda de si o tempo todo. Grande Chadwick!

Aos fãs fica a saudade, a curiosidade por aquilo que ele ainda poderia realizar, e a certeza de poder rever sua obra quantas vezes quiser. Hoje mesmo deve ter coisa dele na tv a cabo. Querem apostar? 

Fica com Deus, meu caro... Ah! E pra não perder o costume: Wakanda forever!!!


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