terça-feira, 22 de julho de 2025

A lenda


Muitos lerão o título do post e dirão: "não era nada, exagero seu!", mas sim... Ele era a lenda. E nos deixou, para a infelicidade do rock n' roll e de quem o continua admirando. 

Ozzy Osbourne, vocalista e mente criativa do Black Sabbath, partiu, aos 76 anos e, cá entre nós, seus últimos tempos de vida debilitada meio que já mostravam a iminência disso. Contudo, como não lembrar dele, de sua persona ímpar, da paixão pelos morcegos, das músicas ácidas, críticas, devastadoras? Impossível. Ozzy era como Mick Jagger: mesmo quando estamos falando de outro assunto, acabamos por falar nele por tabela. 

Um vizinho meu, dos tempos de Méier, o considerava "a personificação do mal na terra" e, sempre que eu estava de folga do trabalho, eu colocava - de propósito - as músicas do Black Sabbath para tocar, só para ouvir suas reclamações e xingamentos. Ele, certa vez, só faltou me agredir na rampa de acesso ao condomínio. Era boa demais a sensação que aquele roqueiro causava naquele falso moralista babaca!

Hoje, meus caros leitores, é dia de ouvir, reouvir e ouvir de novo canções como "War pigs", "Children of the grave", "Fairies wear boots", "After forever", "Sabbra cadabra" e tantas outras. Provavelmente streamings como spotify e deezer entrarão em polvorosa (se já não se encontram). 

Tenho ainda uma memória afetiva muito grande da participação de Ozzy no longa-metragem de Adam Sandler, Little Nicky: um diabo diferente. Contudo, iludem-se aqueles que acreditam que ele era apenas aquela figura enlouquecida, repleta de tiradas cheias de humor negro. Pelo contrário. Era uma artista compenetrado e perfeccionista em tudo o que fazia. Quando passou pelo Rock in Rio em 1985 levou os cariocas - e visitantes da cidade - ao delírio. E quem esteve lá no dia não se esquece jamais. 

Uma pena. É mais um duro golpe no mundo do rock que precisa se reinventar e buscar novos caminhos. Estamos nos despedindo de nossas lendas e uma nova geração forte ainda - a meu ver - não deu realmente as caras. Fique em paz, mestre!

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