quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

R.I.P Gene Hackman


A notícia do falecimento do ator Gene Hackman, aos 95 anos, encontrado morto dentro de casa junto com a esposa Betsy Arakawa e o cachorro (uma história ainda envolta em mistério, que está sendo investigada) me deixou com um sentimento misto de tristeza e nostalgia. Hackman era um dos meus artistas favoritos. Mais do que isso: foi uma das primeiras figuras hollywoodianas que eu fiz questão de acompanhar tudo sobre o seu trabalho. 

Gene foi fuzileiro naval e chegou a competir na Fórmula Ford. Descobriu no teatro - ele foi aluno da Pasadena Playhouse - uma forma de lidar com suas emoções (e, provavelmente, dilemas). O ator Dustin Hoffman foi um grande parceiro no início da carreira. E os colegas de profissão diziam que ele não tinha a menor vocação para se tornar uma estrela. No entanto... Vejam até onde ele foi. 

Vê-lo na tela (do cinema ou da tv) era sempre uma certeza de dia ganho. Na minha modesta opinião, poucos souberam encarnar o vilão, o mau caráter, como ele. E mesmo em personagens pequenos ele dava seu recado com maestria. Caso, por exemplo, da participação que fez em O Jovem Frankenstein, de Mel Brooks. 

Difícil saber por onde começar ao destrinchar sua carreira repleta de sucessos e grandes interpretações. Em seu perfil no IMDb constam mais de cem créditos, muitos deles inesquecíveis. 

Entre os meus preferidos gosto de recomendar aos cinéfilos de primeira viagem os clássicos A Conversação, de Francis Ford Coppola; Mississipi em Chamas, de Alan Parker; Operação França (pelo qual ganhou o Oscar de melhor ator em 1972), O destino do Poseidon, de Ronald Neame; Maré vermelha, de Tony Scott; Bonnie & Clyde - uma rajada de balas, de Arthur Penn; Os imperdoáveis, de Clint Eastwood (pelo qual venceu seu segundo Oscar de atuação, o de ator coadjuvante, em 1993) e Superman, de Richard Donner (na pele do arqui-inimigo do homem de aço, Lex Luthor, seu personagem mais famoso).

Lembrar do ator me fez lembrar também das sessões do Supercine, na Rede Globo, aos sábados, ao lado do meu pai, vendo seus filmes. Ele era uma figura recorrente nessa faixa de programação por conta dos longas policiais e de tribunal. É, com certeza, mais uma perda irreparável para a história do cinema americano, que a meu ver vive uma crise de bons artistas atualmente, que acabaram sendo substituídos por uma geração jovem e crua.

Mestre, fica com Deus! Seu legado será eterno para qualquer um que ame a sétima arte. 

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