Sumi nesta última semana para pensar no futuro deste blog, se continuo ou paro, sobre o que escrevo (ou não), se ainda está valendo a pena ou não continuar por aqui ou se já deu o que tinha que dar... E eis que me deparo com a notícia de que ontem o compositor (compositor, não! mestre) John Williams completou 93 anos de idade. E logo pensei: "sim, ainda vale a pena continuar escrevendo neste espaço. Sobre pessoas como ele, principalmente".
Chamar John Williams de lenda, acreditem, é clichê. E mais: nem arranha a superfície do que é explicar a dimensão do seu trabalho. Quando eu penso em cinema como sinônimo de música ele é um dos primeiros - provavelmente o primeiro - que me vêm à mente.
Imagina um artista que parece estar em todos os lugares, cuja sonoridade remete imediatamente ao sublime e, claro, à arte como excelência. Esse é john Williams. Já chorei ouvindo suas músicas, já torci pelo mocinho, já me irritei, por um segundo quase achei que o vilão da história era um incompreendido (sim, verdade! como uma entidade maléfica poderia ter uma trilha sonora daquele naipe e ser realmente uma criatura nefanda? Parecia impossível à primeira vista).
Lembrar desse gênio da composição é lembrar de Christopher Reeves voando como o Superman sobre Metrópolis; acompanhar a jornada do arqueólogo Indiana Jones à procura da arca perdida; é ficar aflito por saber que o tubarão iria matar milhares de pessoas na cidade litorânea de Amity; é aguardar ansioso a marcha imperial ou o duelo de sabres de luz entre Darth Vader e Luke Skywalker, é sair correndo ensandencido de dentro do parque dos dinossauros por que os velociraptores ou o tyranosauro rex estão atrás de você, é tentar ajudar Elliot a fazer o E.T voltar pra sua casa...
Ao pesquisar no IMDb sobre sua filmografia ainda por cima descobri que muitos dos longas que marcaram a minha vida cinéfila tiveram a participação dele e eu não fazia a menor ideia. Inferno na torre? Terremoto? Nascido em 4 de julho? Curtindo a vida adoidado? As bruxas de Eastwick? Conrack? JFK - a pergunta que não quer calar? Sério? Como eu pude não atentar para tudo isso antes? Ele é ainda maior do que eu já imaginava.
São mais de 300 créditos nas telas, 54 indicações ao Oscar, das quais saiu vitorioso em cinco ocasiões (por Um violonista no telhado, Tubarão, Star Wars - episódio IV: uma nova esperança, E.T - o extraterrestre e A lista de Schindler).
Assim como é impossível meramente pensar o cinema sem lembrar de Hitchcock, Chaplin, Fellini, John Ford, Bergman, Antonioni, Godard, Billy Wilder, Kurosawa, entre tantos gênios, é também obrigatório reservar um verbete para Williams quando o assunto for música para o cinema. Ele é - e sempre será - um dos melhores exemplos de cinema em estado puro.
Que chegue à um século de vida, John! O cinema (certamente) agradecerá - e muito.
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