São os últimos dias da exposição The art of Banksy: "without limits" - uma exibição não autorizada no Shopping Eldorado em Pinheiros (SP) e do que pude ver fiquei ainda mais intrigado com a figura misteriosa e provocadora do artista que mais repercutiu nas artes visuais nos últimos anos.
Ainda continuamos a nos perguntar quem é Banksy e porque ele permanece avesso a mostrar sua identidade ao mundo. Para ele, o que interessa de fato é o seu trabalho e nada mais. Pouco importa se é homem, mulher, gay, trans, branco, negro, asiático, rico, pobre, etc etc.
Suas intervenções nas ruas das principais capitais do mundo continuam dando o que falar. E nunca me esqueço daquela cena que vi no you tube em que uma tela dele, que foi vendida num leilão, logo após ser arrematada por uma fortuna foi destruída diante de uma multidão de incrédulos. Assim é Banksy, perturbador, irrequieto, rebelde por natureza.
No extraordinário documentário Exit through the gift shop até tentam desvendar sua persona bem como suas decisões e escolhas polêmicas de carreira, mas no final acabam apenas por alimentar ainda mais a sua aura de mistério. Ele permanece uma incógnita por natureza, e é provável que continue desse jeito até o fim da vida.
Ele diz na abertura da mostra em São Paulo: "quero viver num mundo criado pela arte, e não apenas decorado com ela". Estaria ele se colocando, como indivíduo, em segundo plano? Alguns críticos de arte certamente diriam: é possível.
Classificá-lo apenas como grafiteiro, como muitos já o fizeram, é perda de tempo. Banksy está muito além disso. Sua obra ridiculariza, debocha, de personagens consagrados da cultura pop (até o Ronald McDonald virou piada nas mãos dele), ironiza guerras, propõe levantes e manifestações sociais, questiona políticos e artistas famosos, em suma: pretende virar a ordem mundial de ponta a cabeça, se necessário.
Em alguns momentos eu o vejo até como um intelectual das imagens, propondo novos conceitos e atitudes. Mas depois penso comigo: "ele jamais se veria na figura de um intelectual. Está sempre espezinhando e divergindo dessa gente. Não. Não mesmo".
Quem ainda não foi conferir a expo, corra! O sr. "não me encaixo em padrões" já, já sai de cartaz e depois você vai ficar com cara de tacho, resmungando porque não viu pelo menos um fragmento da rebeldia dele. E pior: vai continuar perguntando "quem é esse cara, afinal de contas?".
Para quem quiser saber mais sobre a exposição (que vai até 30/04) entre em: https://www.artofbanksy.com/saopaulo
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