Foi tanto tempo em cartaz - mais especificamente 35 anos ininterruptos - que quando o famigerado dia chegou nem os fãs mais ardorosos acreditaram. Refiro-me, claro, à O fantasma da ópera, musical de Andrew Lloyd Weber que chega à sua derradeira apresentação na Broadway hoje.
E, of course, deixando órfãos e chorosos uma multidão de fãs.
O musical, que é inspirado no clássico francês homônimo escrito por Gaston Leroux, é desses trabalhos que a humanidade em sua grande maioria sempre tratará como obra-prima ao longo dos séculos. E mesmo quem não morre de paixão pela história de amor obsessiva de Erik (o fantasma que habita o subsolo da ópera) pela jovem solista Christine ainda assim reconhece os méritos da história e tudo que ela fez pela história do teatro e dos musicais.
Lembro de ler o romance quando tinha meus 16 anos e fiquei tão encantado ao chegar à última página que corri para uma videolocadora perto de casa (sim, faz tempo isso!) à procura de uma adaptação para os cinemas. Mas ainda não era a versão musical que consagrou a trama de uma vez por todas.
Weber fez um trabalho magistral e, em muitos aspectos, praticamente recriou a narrativa com um olhar mais moderno, despojado. Quem nunca viu o espetáculo, não sabe o que está perdendo. Para mim pelo menos, é junto com Cats e Alô, Dolly os maiores fenômenos da história da Broadway.
Há uma versão para a sétima arte de 2004 dirigida por Joel Schumacher que eu adoro e volta e meia reassisto quando passa na tv a cabo. Gerard Butler - o Leônidas de 300 - interpreta o fantasma e Emmy Rossum vive Christine. Procurem! A direção de arte, por sinal, é de uma elegância assustadora.
Mas como o assunto aqui é a montagem teatral que deixa os palcos (para a tristeza dos fanáticos), pergunto-me o que a Broadway fará para virar essa página gloriosa e onde encontrará um outro texto que repercuta por tanto tempo. Tarefa árdua, não tenham dúvidas!
O mercado de espetáculos há anos não é mais sombra do que já foi na era de ouro e não faz muito tempo precisou até recorrer ao Homem-Aranha para conseguir fazer bilheteria (e teve muito espectador que não gostou nada da ideia). Isso fora o estrago que a pandemia da covid gerou 2 anos atrás, quase falindo estabelecimentos.
Mas eles devem saber o que fazem, não é mesmo? Do contrário não teriam tomado essa decisão. De certeza mesmo, apenas uma: é o fim de uma era que certamente vai deixar muitas saudades.
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