Vejo em vários perfis no twitter que Central do Brasil, de Walter Salles, comemora 25 anos em 2023 e fico assustado. Tudo isso?
Parece que foi ontem que fui ao cinema para vê-lo e saí em êxtase com toda a mise-en-scene criada. E o longa ter duas indicações ao Oscar no ano seguinte foi mero detalhe, cereja no bolo. O filme fala por si só!
Acompanhamos Dora (Fernanda Montenegro, sempre magnífica), que escreve cartas para iletrados na estação da Central do Brasil, e Josué (Vinícius de Oliveira) numa jornada à procura do pai do menino e nos deparamos com um Brasil que sequer sabíamos que existia. Pura ignorância nossa.
Tudo é irretocável no longa: o road movie bem construído, a luz precisa, a romaria das devotas, a sensação de estarmos diante de algo simples, porém genial em suas intenções. Waltinho é mítico em seu cinema. Pena que desaparece de tempos em tempos e ficamos órfãos de sua arte. Isso não pode, meu filho! Assim os fãs choram.
Até hoje muito brasileiro odeia A vida é bela, de Roberto Benigni, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, por causa da genialidade de Walter, Fernanda e Vinícius. Levamos o Urso de Ouro em Berlim, o Globo de Ouro, o Bafta... Putz! Custava? Sério. E ainda dizem que o Oscar de melhor atriz pra Gwyneth Paltrow por Shakespeare Apaixonado foi comprado pelo Harvey Weinstein.
Tá de sacanagem. Os americanos sempre estão de sacanagem com a gente no Oscar. Quando o "Brasil ganhou", Orfeu negro, o diretor era francês... Precisa dizer mais alguma coisa?
Pois é... Sobrou rever e rever e rever essa obra-prima que os gringos nunca vão entender. E quem perdeu foram eles mesmos.
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