domingo, 2 de novembro de 2025

O mundo das artes plásticas agora é isso?


Vejo a escultura América, do "artista" Maurizio Cattelan - aquele que, não tem muito tempo, fez sucesso no mundo das artes com uma banana presa numa parede com uma fita isolante - e penso comigo: "acabou mesmo! isso que chamam de artes plásticas virou piada de vez no século XXI". A nova façanha de Maurizio é uma vaso sanitário coberto de ouro 18 quilates, que será leiloado a 10 milhões de dólares.

Volto no tempo e me pergunto o que os grandes nomes da arte (Van Gogh, Monet, Leonardo Da Vinci, Picasso, etc) diriam a respeito disso. Provavelmente? Acho que tentariam uma outra carreira, tamanho o despautério do cenário atual.

Ver América fez eu me lembrar de Vik Muniz reposicionando todo tipo de lixo dentro de uma aterro sanitário de forma a criar composições que ele pudesse fotografar de cima (para saber mais a respeito, procurem o documentário Lixo Extraordinário, de Lucy Walker); de Banksy e suas intervenções urbanas, repletas de questionamentos e denúncias ao mundo contemporâneo; e também do tubarão em conserva criado pelo rei das polêmicas, Damien Hirst. Anexem a tudo isso os manifestantes que andaram jogando sopa em quadros dentro de grandes museus ao redor do mundo, e o caos está completo.

Não sei ao certo onde foi parar a grandeza de trabalhos síntese das artes visuais como Guernica (de Picasso), Mona Lisa (de Da Vinci), O grito (de Edvard Munch), O beijo (de Gustav Klimt), mas uma coisa é certa: a nova geração - e eu confesso que sinto até medo quando ouço essa expressão atualmente - não quer saber de nada disso. O negócio deles é capitalizar em cima do nonsense, do vulgar, do ridículo.

É como os desfiles de moda da Balenciaga com modelos atravessando a passarela no meio da lama e sacos de papel de pão sendo vendidos como bolsas de grife caríssimas para mongoloides que não perdem a chance de estar por dentro da moda, pois o que verdadeiramente importa é: ser fashion.

E em tempos de inteligência artificial sendo treinada (leia-se: roubando ideias de criadores do passado) para produzir aberrações estéticas e plágios em alta definição, eu tenho até medo das cenas dos próximos capítulos. Se foram capazes de inventar até uma atriz digital (digitem Tilly Norwood no Google e deem enter), imaginem o que AINDA vem por aí. Será esse o começo da idade das trevas cultural? Torço para que não.

Enquanto curadores e marchands se digladiam ferozmente pelas invencionices nefandas da pós-modernidade, acompanho tudo de longe pela internet e me assombro com a incapacidade do ser humano em voltar a ser algo produtivo (e normal) novamente. Agora chega! Deixa eu ir ali ver um filme ou ler um livro, que eu ganho mais...

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