Adoro charges, tirinhas de jornal, humor quadrinesco, cartuns e outros formatos dentro do mesmo tema. Em tempos tão áridos e atropelados pela ignorância e o ódio declarado ao próximo eles me fazem pensar que ainda é possível rir diante das agruras do mundo. E o quanto isso é, mais do que necessário, um pré-requisito para sobrevivermos a esse século XXI cada dia mais repleto de contradições.
E eis que encontro Rafaella Tuma e seu canal de vídeos curtos no youtube (sim, ele de novo!), além de sua página pessoal no instagram.
Rafaella fala sobre o cotidiano, o dia-a-dia, sem cair na armadilha de levarmos tudo a sério. Os assuntos mais corriqueiros tornam-se grandes sátiras pelas mãos da habilidosa desenhista. E olha que o que não falta atualmente na sociedade é assunto para trabalharmos ideias como sarcasmo, ironia, deboche e polarização social.
Cachorros que só querem sair na porrada quando há uma grade de ferro entre eles; aprendendo como funciona a cabeça de um carioca em apenas seis meses; cançonetas envolvendo figuras até então asquerosas como uma barata, um tolete de cocô e bactérias correndo atrás de restos de comida; pais tentando educar seus filhos (tarefa cada vez mais onerosa nos tempos atuais); casais que dividem, a duras penas, o próprio quarto, sendo um calorento por natureza e o outro se cobrindo de frio ao menor sinal de mudança de temperatura... E muito mais!
Fiz parte da geração que leu Angeli, Laerte, Aroeira e outras feras, em tempos de Chiclete com Banana e Níquel Naúsea nas bancas de jornal, e vejo Rafaella como uma grata contribuição para o surgimento de uma nova geração. Sim, pois se há algo que não pode morrer nesse país é a nossa capacidade de enfrentar a atual realidade sem cair na esparrela do identitarismo ou do revanchismo maldoso contra quem pensa diferente de nós.
Para quem não conhece o trabalho de Rafa na internet, procurem por https://www.instagram.com/rafaellatuma/?hl=pt e seu canal no youtube https://www.youtube.com/rafaellatuma. Vocês certamente vão se escangalhar de rir, além de construir uma outra percepção sobre a realidade na qual estamos vivendo.
Vai lá, vai!

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