domingo, 7 de julho de 2024

Os shark movies


Essa semana andei meio derrubado por dores ciáticas que me fizeram ficar ilhado dentro de casa. Some a isso a falta de boas opções culturais e livros medianos que não valem um comentário, eu quase acabei não postando nada de relevante. Mas eis que vejo uma matéria de jornal falando do encanto renovado pela nova geração aos filmes de tubarão (e eu sou louco por eles, independente de sua qualidade artística).

Logo, achei que valia a pena um dedo de prosa sobre o tema. 

Desde que Steven Spielberg lançou, em 1975, o hoje mais do que cult Tubarão, com o trio Roy Scheider, Richard Dreyfuss e Robert Shaw, ele sem saber construiu as bases de um subgênero que entra ano, sai ano, continua dando o que falar junto aos cinéfilos mais apaixonados. De onde vem tanta admiração por esses animais cartilaginosos e selvagens? E por que parece que estamos quase sempre torcendo por eles?

Hollywood já fez de tudo com essas criaturas: na franquia Sharknado encheu um tornado deles e tocou o rebu na cidade; em Megatubarão - no qual divide o protagonismo com o astro Jason Statham - ganhou o status de figura pré-histórica; já no exótico Do fundo do mar tiveram seus cérebros aumentados por uma proteína com o intuito de descobrir a cura para um tipo raro de câncer e se transformaram em máquinas de matar ultra inteligentes...

O longa clássico de Spielberg continua sendo imbatível (nenhuma das três continuações da franquia atingiu os mesmos índices de bilheteria), mas é possível se divertir com bons exemplares: Águas rasas, de Jaume Collet-Serra, traz uma jovem médica que acaba de perder a mãe, indo surfar no México e ficando encurralada por um tubarão assassino; já Perigo em alto mar, de Andrew Traucki, traz um grupo de amigos que, ao saírem de férias pelo mar, acabam sofrendo um naufrágio, tentam nadar até uma ilha próxima, mas são surpreendidos por um terrível tubarão branco da região; e o mais recente - e surreal - Desespero profundo, de Claudio Fäh, acompanha os sobreviventes de um acidente de avião presos debaixo d'água que precisam sair dali em meio a tubarões que circulam na área.

Tenho uma teoria particular de que os shark movies seguem o mesmo parâmetro dos filmes de terror sobre exorcismo: precisam existir para todo o sempre. Enquanto a sétima arte existir, eles existirão, pois sempre haverá uma legião de fanáticos querendo saber mais sobre eles.

E com um adendo: nos últimos anos, cresceu a associação entre o absurdo e este subgênero cinematográfico. Eles, o tubarões, já não precisam mais ser críveis ou abalizados pela biologia ou pela ciência. Precisam, isso sim, matar o que (ou quem) for possível, não importa em que circunstâncias ou cenários. E, claro, com muito sangue espalhado no mar e brutalidade.

E não é que me deu vontade de fuçar no you tube agora mesmo e procurar uma relíquia dessas para assistir hoje à noite?  


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