domingo, 3 de novembro de 2019

Revisitando os tempos de escola

Resultado de imagem para EGITO ANTIGO – DO COTIDIANO À ETERNIDADE CCBB

Embora eu tenha me formado em comunicação social dez anos atrás, sempre me interessei por história. Seja ela a do Brasil ou mundial. Na verdade, nunca consegui entender direito uma sociedade como a nossa, que não faz a menor questão de conhecer a sua própria história passada, muito menos o que acontecer ao redor do mundo. E quando a história em questão era a dos povos fundadores da civilização moderna, como Grécia, Roma e Egito, o meu interesse aumentava ainda mais. 

Tanto que um dos programas de final de semana que mais fiz na minha época de adolescente e estudante do ensino médio era a visita ao Jardim Zoológico na Quinta da Boa Vista seguida sempre de uma passagem pelo museu nacional (sim, esse mesmo que pegou fogo recentemente e ainda não recebeu o devido reconhecimento de nossos dirigentes, ficando ao Deus dará); E às vezes, mesmo que eu não estivesse afim de ver os bichos do zoo, ainda assim dava um pulo no museu. E mais: conhecia algumas peças do acervo de cor e salteado. 

A primeira vez que vi uma múmia (e antes disso a lembrança que eu tinha do personagem era vê-lo em episódios do Chapolin e em desenhos do Johnny Quest) foi uma revelação. Fiquei intrigado com todo o processo de mumificação, que me levou a procurar nas bibliotecas livros sobre o assunto. Deu no que deu. Virei um leitor fanático. 

Pois bem: eis que o Centro Cultural Banco do Brasil (mais uma vez ele melhorando ainda mais a minha formação cultural!) reaviva a minha memória e traz para o país a exposição Egito Antigo - do cotidiano à eternidade. Tratam-se de 140 peças oriundas do Museu Egípcio de Turim, considerado o segundo maior acervo egípcio em todo o mundo.  

Logo que entro no Centro Cultural - que está lotado (afinal de contas, trata-se de um sábado e a garotada comparece em massa!) - me deparo extasiado com a réplica de uma pirâmide de seis metros de altura, lindíssima e muito bem feita. E meus olhos imediatamente brilham. Pergunto a um dos seguranças em que andares estão expostas as peças e ele me informa que a exposição ocupa oito salas. E o que vêm a seguir é mágico!

O acervo conta com esculturas, pinturas, objetos, sarcófagos e, claro, uma múmia. De uma mulher que viveu há quase três mil anos, da dinastia Núbia (linhagem conhecida hoje em dia como o Sudão, na África). Mas ela não é a única peça mumificada da coleção. Há também gatos, peixes e crocodilos mumificados. Quando vislumbrei num canto a mini esfinge lembrei-me das aulas de história no colégio e mais uma vez me emocionei, viajei no tempo. 

Na verdade, a exposição acabou funcionando como uma espécie de aprimoramento de tudo aquilo que eu já conhecia sobre o tema. E com direito à instalações tecnológicas e interativas as mais diversas para agradar os nerds de plantão (sim, meus amigos, tinha gente tirando selfie com o faraó, e era muita gente). 

O objetivo primeiro do CCBB - que completa 30 anos de existência - foi trazer um amplo panorama sobre o cotidiano, a religiosidade e os costumes ligados à crença na eternidade. Sim, os egípcios acreditavam na vida após a morte e realizavam rituais curiosos ainda em vida (mas essa parte eu não vou contar detalhe nenhum aqui, pois quero que vocês também compareçam a exposição, que é magnífica e altamente didática).

Outro destaque da mostra é a sala que abriga o registro da viagem feita por Napoleão Bonaparte ao Egito. Só pelas gravuras históricas presentes já merece por si só uma olhada metódica. 

E o mais impressionante: a qualidade de preservação dos objetos, que datam em média de 4 mil anos antes de Cristo. Não é à toa que o Museu de Turim tem tanto prestígio. Fiquei de queixo caído durante todo o passeio. 

Ao fim dessa jornada histórica e memoriográfica, saio do centro cultural não somente nostálgico com tudo o que vi, mas também orgulhoso de minha própria formação. Passados tantos anos da escola, hoje formado, vejo com alegria que meu conhecimento não caducou e certas sociedades e ensinamentos são eternos, não envelhecem jamais. E continuam indispensáveis na nossa bagagem cultural. 

E pensar que tem gente que prefere perder tempo com videogame e instagram a manter contato com um repertório desses... Vai entender esse povo que adora posar de politizado, mas não conhece o bê-a-bá sobre absolutamente nada!

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