Ligo a tv num programa da Band News e vejo a notícia de que a internet completou cinco décadas. Quem diria! Contudo, há também nessa notícia ótima - a internet quebrou barreiras até então intransponíveis e inimagináveis - uma infeliz conclusão: é impressionante a quantidade de pessoas no mundo que involuíram, andaram para trás, por conta do mau uso dessa tecnologia. Temos tudo nas mãos para transformarmos essa ferramenta em objeto de extrema utilidade e, no entanto, existem aqueles que preferem desperdiçar sua energia em sites de pornografia, assistindo vídeos idiotas no youtube ou compartilhando memes desnecessários nas redes sociais.
E pensar que essa invenção dos deuses nasceu como um código militar, uma arma de guerra em plena Guerra Fria no final dos anos 60, quando os EUA visavam monitorar os passos seguidos pela antiga União Soviética, sua eterna rival até então. E para realizar tal façanha precisavam daqueles mega computadores, capazes de ocupar todo o andar de um prédio. Fica aqui uma dica para leigos: assistam o filme O jogo da imitação, de Morten Tyldum, para entender um pouco o clima dessa época e o surgimento dessa tecnologia.
O próprio conceito de e-mail, hoje tão banalizado entre nós, começou a surgir em 1971 e lutou muito para vingar (tanto que contam os pesquisadores sobre o tema que o primeiro e-mail enviado - no caso, a palavra Login - travou o sistema ainda na segunda letra). Sim, meus amigos, não foi fácil a vida desses pioneiros que hoje facilitam a nossa vida de n maneiras.
A internet só começa a se tornar palpável a todos em 1989, graças a Tim Berners Lee, criador da World Wide Web, que deu início a internet comercial e ao surgimento dos primeiros provedores (que conhecemos hoje em dia como UOL, IG, Terra, etc). Mas há uma ressalva a ser feita: era um sistema longe da maravilha que encontramos atualmente com o 3G. Como esquecer daquelas tardes nos anos 90 em que tentava fazer a conexão e ouvia aquele chiado de estática insuportável? Um barulho que ficou eternamente na minha memória. E não somente isso. A conexão era terrível, lenta, levávamos horas para acessar um documento. Assistir a um vídeo, então? Um Deus nos acuda.
E essa agonia, infelizmente, perdurou até a criação da Web 2.0 em 1999. Se você está com você de gritar ufa!, agora pode... Sério. Eu não sinto saudades dessa época de internet travando e acesso restrito a quase tudo.
Mas o melhor mesmo, a cereja do bolo, viria em 2007 com a internet móvel. Hoje podemos encontrar internet com uma facilidade gigantesca. Até mesmo em lugares que eu, a priori, considerava impossível tal existência. Até o wi-fi oferecido pela prefeitura - que eu já experimentei - é um grande achado. Acreditem!
Moral da história: o mundo nunca mais foi o mesmo depois do surgimento dessa tecnologia. E digo isso para mais e para menos também.
Em muitos aspectos, tornamo-nos mais ágeis, facilitamos serviços básicos, burocráticos. Tudo agora está à um clique do mouse de ser resolvido. Porém, uma grande parte dessa mesma sociedade tornou-se mais cruel, oportunista, usa a ferramenta para maus fins. Prova viva disso é a chamada Dark Web, que reúne uma legião de pessoas mal intencionadas, dispostas a transformar o mundo num lugar pior a cada dia.
É triste ter que colocar essa notícia neste artigo, mas nem todos nós nos tornamos pessoas melhores pós-internet. Existem aqueles que transformam a web numa grande fogueira de vaidades, e só estão interessados na sua própria fama ou mesquinhez, e são capazes de tudo - mesmo eliminar os demais - para atingirem seus objetivos.
Você deve estar pensando: e olha que já chegamos ao século XXI! Honestamente... A dependermos da sanidade mental da sociedade, chegaremos ao século XXX ainda com esse deficit. O que é uma pena!
Mas não quero terminar este texto enfocando em tristezas e sim agradecendo - e muito! - àqueles que fizeram de tudo, chegando até a dar suas vidas em vários momentos, para que nós, reles mortais da contemporaneidade, possamos resolver problemas com menos esforço e mais tranquilidade.
P.S: e que a humanidade (aquela parte contraditória, vocês sabem...) reaprendam a usar essa ferramenta de maneira mais lúcida e coerente, sem tanta baixaria, trocas de ofensas ou boicotando opiniões alheias as mais diversas.
P.S 2: e olha que eu nem quis entrar na questão das fake news!
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