Antes de qualquer outra coisa que eu vá escrever nesse post, é preciso avisar aos leitores desavisados (se é que eles ainda continuam visitando este blog): eu não sou fã de divas, it girls, starlets e outras musas. Na verdade, as acho o retrato vivo do mais do mesmo que impera na cultura pop nas últimas décadas. Dito isto, por que eu escreveria sobre The life of a showgirl, mais novo álbum de carreira da cantora Taylor Swift?
Simples: por que a curiosidade mórbida é a coisa mais feroz que existe na sociedade contemporânea (e eu, infelizmente, faço parte dela).
Taylor é a menina de ouro norte-americana dos últimos tempos e isso, na boa, não quer dizer muito. A música made in USA anda chata, repetitiva e conduzida, em muitos aspectos, por reboladoras de bundas e mestres do playback. Imagine então essa cantora falando de si, como se a sua existência fosse realmente a coisa mais importante do planeta terra? Pois é... Tem tudo para dar errado e, na maior parte do álbum, é exatamente o que acontece.
The life of a showgirl é a cara - e a alma - de uma artista que vive exclusivamente, em tempo integral, para a própria fama. E, de vez em quando, gosta de enganar o público, dizendo que preferia uma vida simples, casar, ter filhos, sossegar. Eu sei... Vou fingir que acredito, quem sabe consigo mais leitores para esse mísero espaço.
E, em suas 12 faixas, ela solta sua metralhadora verbal para todos os lados: se compara à Rapunzel, presa numa torre; cita negativamente hollywood através da figura da atriz Elizabeth Taylor; chama sentir falta de amores do passado de "um péssimo hábito"; alfineta, reclamando da indústria cultural, dizendo que “Eles querem te ver subir, mas não querem que você reine”; confessa que estava mentindo quando dizia que não acreditava em casamentos; compara os haters de internet aos punk rockers; relembra que já foi chamada de "barbie entediante"; esmiúça sua lista de desejos e seus inúmeros cancelamentos; entre outras declarações dúbias.
Para que não me acusem de ter detestado tudo o que ouvi, vale uma conferida rápida em "Wood", "Honey" e na faixa que dá título ao disco, onde divide o microfone com Sabrina Carpenter (outro expoente mais do que óbvio dessa cultura "eu quero é ser famosa, o resto que se dane!). No mais, acreditem: o álbum não passa de um grande circo onde as obviedades chulas desse século são protagonistas de carreira. É triste, eu sei, mas os fãs amam e aguardam ansiosos pela próxima turnê da diva.
Só não me peçam para explicar o porquê, exatamente.

Sem comentários:
Enviar um comentário