70 anos da Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro, e eu fico sabendo dessa informação quase que aleatoriamente por uma matéria num jornal de São Paulo. Mesmo assim, ela é muito bem-vinda, tanto para mim como para qualquer cinéfilo que se preze!
Minha relação com ela é muito parecida com a que tive na época das antigas videolocadoras, um febre dos anos 1980 e 1990. Ou seja: com ambas, aprendi que a sétima arte ia muito além daquilo que era exibido em circuito. Houve um tempo em que acreditei que cinema era sinônimo de blockbusters e franquias. Ledo engano! E para preencher essa lacuna preconceituosa foi de vital importância o mercado de home vídeo e a cinemateca.
Poder escolher entre um oceano de possibilidades as mais distintas, adentrar o universo de determinados diretores, distinguir entre inúmeros gêneros as minhas opções favoritas (foi ali que descobri que ficção-científica e terror eram mais a minha praia do que filmes de realeza e comédias românticas, etc) e, claro, poder debater com os outros visitantes do espaço.
Não fosse pela Cinemateca do MAM eu jamais teria conhecido o cinema de Wong Kar-Wai e Johnnie To, até hoje estaria procurando O fundo do meu coração, de Francis Ford Coppola, no limbo da internet e nem teria esbarrado em filmes menos idolatrados de Woody Allen, como Bananas e A outra.
Além disso, tive a honra de participar dos seminários de crítica cinematográfica que faziam parte da programação do Festival Brasileiro de Cinema Universitário, além de outros eventos culturais e também cursos de extensão sobre as mais diversas vertentes do cinema mundial.
Se hoje sou um cinéfilo que quer ficar por dentro de tudo o que acontece nos festivais e mostras cinematográficas, que lê sobre praticamente tudo que se apresenta à minha frente quando o tema é sétima arte, que fuça no youtube atrás de longas bollywoodianos, do leste europeu ou do Oriente Médio, devo isso a minha primeira ida - e a tantas outras - à cinemateca.
É certamente um patrimônio histórico e cultural da minha cidade (embora muita gente egoísta e mesquinha não consiga enxergar como tal, o que é uma pena).
Desejo todo sucesso para o lugar e que chegue ao centenário, se Deus quiser!
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