As pessoas gostam de se referir à Hollywood como a meca do cinema. Elas só não fazem questão de entender o que é Hollywood. E acreditem: ela nunca esteve interessada em ser um conto de fadas ou mesmo um manual de regras. Muito pelo contrário...
Em Babilônia, o diretor Damien Chazelle (de La La Land e Whiplash), nos apresenta os tempos áureos dessa hollywood, da passagem do cinema mudo ao sonoro. E assim como vemos o glamour, as divas e os galãs, também vemos a sujeira, a corrupção, as disputas internas dentro dos estúdios, a dança das cadeiras, e muito mais.
É um mundo podre, meus caros! E pessoas como Nellie LaRoy (Margot Robbie, fantástica) e Jack Conrad (Brad Pitt) não passam de meras engrenagens descartáveis que fazem o show continuar ad infinitum.
Festas, drogas, paranoia, abuso de poder, a indústria da fofoca na jugular dos astros, a presença do mercado negro, a disparidade entre a elite artística e aqueles que ganham a chance de ouro de fazer parte, mas sabem que sempre serão rotulados pelos demais... Babilônia exibe uma era de exageros e holofotes capaz de consumir qualquer um. A qualquer hora. E logo a seguir procurar um substituto (para também explorá-lo).
Infelizmente os votantes do Oscar não quiseram enxergá-lo. E quem perdeu com isso foram eles mesmo!
Há muitos anos não vi algo no gênero tão bem feito, com tanta coragem e vontade de dar certo. O problema: os espectadores e os donos de cinema hoje em dia só querem saber de histórias rasas, CGI, câmera tremida e lobby babaca.
Só nos resta rezar para que essa fase pobre do cinema americano passe logo. Os cinéfilos de verdade aguardam ansiosos.
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