sexta-feira, 24 de março de 2023

Foi assim que a paranoia começou


Como o tempo voa e a gente nunca sente ele passar...

Anteontem completou 60 anos do lançamento do álbum de estreia dos Beatles, Please please me. E junto com ele o começo de um fenômeno que perdura até hoje (claro que em doses menores): a beatlemania. 

O fab four de Liverpool, como eram popularmente conhecidos, enlouqueceu multidões, ditou moda, transformou suas canções em hinos que são entoados até hoje. Irão dizer alguns, mais fanáticos: "mas começou mesmo foi naquele show lá em Hamburgo... não, foi no Cavern Club... Não, foi...". E isso é o que menos importa.

Depois que o disco foi lançado nas lojas vieram as filas, os tumultos, os sopapos, o inferno... A vida nunca mais foi a mesma na terra da Rainha Elizabeth. E que dizer do resto do mundo! 

Se existiu uma música que pode ser chamada de global foi a desses quatro jovens de cútis brancas e cabelos curtos. Procurem os longa-metragens Help e A hard day's night (aqui traduzido com o título de Os reis do iê iê iê) e sintam o clima da época, tentem ao menos entender o que foi aquele período (eu já tentei algumas vezes, mas - confesso - não consegui totalmente). 

Estudei com um senhor na graduação por volta de 2002, 2003, que chegou a ir em shows do quarteto em Londres e me disse que tomou muito soco e cotovelada. Sim, isso também fazia parte do contexto. Eram anos surreais aqueles! E que nunca mais se repetiram. Pelo menos, não daquela forma. 

E tudo começou com o grupo cantando "I saw her standing here", "Love me do", "Twist and shout", "P.S I love you", "Misery", a faixa título e tantas outras. Meu pai teve o vinil por muitos anos, mas o perdeu na nossa mudança de casa. Eu sei... Um crime inafiançável. 

E ao chegar ao Méier, recém estabelecidos, meu pai fez amizade com um viciado quase esquizofrênico pela banda que toda vez que eu lhe comentava a respeito desse álbum me dizia: "foi aqui que a paranoia começou oficialmente e nunca mais me abandonou". 

É... a paranoia já tem seis décadas. Incrível, não é mesmo?


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