2025 está bom de terminar mesmo! Foi muita pedrada pra um ano só.
Primeira notícia que leio na internet hoje me deixa chocado e fico sem acessar mais nada por algum tempo: o cineasta Rob Reiner foi encontrado morto dentro de casa junto com a esposa. Pior: tudo leva a crer que ele tenha sido assassinado pelo próprio filho. Mal digeri direito a partida de Gene Hackman e outra tragédia se abate sobre hollywood envolvendo um grande nome do cinema americano. E justo um cara tão gente boa como Rob!
Rob Reiner não era um diretor de épicos monumentais, filmes caríssimos, de orçamentos estratosféricos... Não era o tipo de artista que se envolveria em projetos como Avatar, longe disso! Mas quando se propunha a dirigir era o retrato do homem que sabia fazer o básico sem rodeios e de forma encantadora (algo que anda em falta na indústria de cinema norte-americano).
Eu gosto de pensar nele como o cineasta das relações humanas. Seus longas estavam repletos de conflitos e embates inebriantes. Fossem eles entre militares, escritores e seus respectivos fãs, relacionamentos amorosos que a priori pareciam ter tudo para dar errado até que algo os colocava lado a lado novamente, etc. Ele sabia dirigir atores como ninguém e era memorável assistir suas produções.
Há muito do que gostar em sua filmografia: Isto é spinal tap (um mockumentary que praticamente inventou esse estilo de produção satírica), Conta comigo, A princesa prometida, Harry e Sally: feitos um para o outro (Billy Cristal e Meg Ryan como o casal mais anti-convencional do mundo), Louca obsessão (como esquecer de Kathy Bates na pele daquela leitora psicopata?), Questão de honra (como esquecer do tête-a-tête entre Tom Cruise e Jack Nicholson no tribunal?), Fantasmas do passado, Dizem por aí (uma quase continuação de A primeira noite de um homem), Antes de partir (para mim, seu último grande filme, com Morgan Freeman e Jack Nicholson se despedindo da vida através de uma lista de "últimos sonhos").
E não somente atrás das câmeras. Reiner também foi um ator pra lá de produtivo e participou de importantes produções como Tiros na Broadway (de Woody Allen) O lobo de Wall Street (de Martin Scorsese), Cine Majestic (de Frank Darabont), Lembranças de Hollywood (de Mike Nichols), Jogue a mamãe do trem (de Danny Devito) e até mesmo na série sessentista do Batman com Adam West e Burt Ward (sim, aquela que era exibida no SBT).
No fim das contas, a imagem que me fica do diretor é o daquele tiozão gente boa cujos filmes volta e meia apareciam nas sessões da tarde na Rede Globo, entremeados por uma ou outra produção mais sofisticada ou ousada (para os seus próprios padrões). Ao pesquisar para escrever este post descubro que ele quase dirigiu Um sonho de liberdade, com Tim Robbins e Morgan Freeman, baseado num romance de Stephen King, um de meus filmes preferidos da vida. Na mesma hora fiquei curioso, dizendo em voz alta: "eu gostaria muito de ter visto essa versão". Infelizmente não foi possível. Como também não serão novos filmes dele. Uma pena.
Rob, fica com Deus! Você era uma voz mais do que autêntica dentro de um mercado cinematográfico que, ao contrário de você, se perdeu na estrada. E a sétima arte vai sentir muito a sua falta.

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