Alguns livros mais parecem deboches literários e, honestamente, não vejo nada de mal nisso. Em tempos de editoras e leitores querendo censurar obras de autores internacionais que fogem ao modelo de correção política e moralismo vigente, nada melhor do que saber cutucar num bom texto (mas o fazendo com propriedade).
E é exatamente isso que o escritor gaúcho Luis Fernando Veríssimo faz em Veríssimas - frases, reflexões e sacadas sobre quase tudo. Na verdade, o livro é uma grande complicação de declarações dadas pelo autor ao longo da carreira sobre os mais diversos temas.
Veríssimo faz rir, imprensa contra a parede, apela ao humor ácido inglês de quando em quando, alfineta figuras e situações públicas, dá sua versão dos fatos sobre certos temas espinhosos, etc etc (e haja) etc.
São mais de 8 mil frases, algumas curtíssimas, outras mais longas, que acabam por compôr um grande painel sobre os costumes - e também a cara de pau - do povo brasileiro.
Se achou pouco, então leiam. Fica melhor de entender quando encaramos as frases cara a cara e nos damos conta do quanto somos hipócritas a maior parte do tempo. Alguns críticos compararam a obra à O poder do mau humor, de Ruy Castro, e realmente tem uma pegada semelhante, embora o estilo dos autores seja diferente.
E o principal: não sejam casmurros ou xiitas. Leiam o livro com a mente aberta. O mercado editorial e o país andam precisando (e muito!) de gente assim...
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